25 novembro 2006

Coimbra dos Amores


Porque sou Coimbrense...
Porque adoro a cidade dos estudantes...
Porque acho que merece esta homenagem...

Sou Coimbrense e penso que nunca referi esse facto aqui na minha "casa". Nasci naquela bela, antiga, misteriosa e memorável cidade decorria o ano de 1981.

De pouco me lembro da "minha" cidade. Abandonei-a tinha ainda 4 anos, rumo ao Norte.

Mas lembro-me do pátio de lá de casa...de lá brincar com o meu irmão e de roubar laranjas à vizinha.

Lembro-me da ida ao mercado todos sábados, com a minha Mãe e o meu irmão, e de lhe pedirmos rebuçados na sr.ª dos doces....ironicamente apenas traziamos a fruta e os legumes.

Lembro-me de ir à farmácia do meu cunhado e ficar estupefacta com tantas caixas que lá existiam...pesava-me sempre naquela balança enorme (pelo menos para mim) que tinha à porta mas que nunca funcionava... Agora percebo que se calhar seria por não lhe por a moedinha necessária à função...

Lembro-me do barbeiro da rua do comércio...

E como me lembro do Portugal dos Pequenitos....ia lá quase todos os fins de semana...eu, o meu irmão e o meu sobrinho. Corríamos naquele pequeno mundo como se estivessemos tomados por uma loucura frenética. Tinhamos que entrar em todas as casas, experimentar todas as janelas, criar sonhos e telenovelas naquele mundo.
Corríamos, corríamos, corríamos.
No fim do dia um gelado ou um bolinho. Esperávamos a semana toda por aquele dia mágico...

Mais tarde voltei...mas já não era o mesmo...já não tinha o meu irmão, o meu sobrinho, aquela sabedoria infantil que nos impele a viver tudo ao máximo e a aproveitar tudo aquilo que aquele espaço nos podia proporcionar já não existia dentro de mim...senti-me triste.

De Coimbra lembro-me disto e de muito mais....lembro-me do cheiro...lembro de ter orgulho em dizer que era de Coimbra..."Ah! Da cidade dos doutores!" diziam...e eu ficava toda inchada..pensando que também eu seria um doutor...

Lembro-me do rio (ou da inexistência dele), lembro-me das tardes de brincadeira no Choupalinho e dos dias de seca na margem do Mondego quando o meu Pai resolvia ir pescar...

Da saída de Coimbra pouco me lembro...só de uns caixotes no chão da sala e de perguntar à minha Mãe para onde íamos. Ela respondeu "Vamos para outra casa filhota...uma mais bonita e maior!" Mas eu pedi alguma coisa? Gosto desta casa..É feia? Mas eu gosto... É pequena? Sempre coubemos todos.....
Na altura não percebi mas admito que não foi nada que me preocupasse....foi uma transição suave....

Voltar a Coimbra é voltar às minhas origens, é sentir que lhe pertenço. A cidade é velha, admito. Mas aí está a sua beleza e o seu mistério.

Coimbra é uma rainha que banha seus pés no leito do Mondego e que se torna inevitável e diariamente mais bonita.

(Esta foi a homenagem possível e sentida de uma Coimbrense afastada da sua terra natal ha 21 anos)

23 novembro 2006

Anjo caido


Qual anjo caído...pareces-me tu...
Vieste ao meu encontro com as asas partidas (ou será que fui eu própria quem te procurei?)...Tentei curar-te, remendar o mal que te fizeram. Fui sucedida? Não sei meu anjo negro...nunca mo disseste. Consegues voar novamente? Penso que sim pois voas para longe de mim.

Ao tentar curar-te de teus ferimentos temo ter-te posto mais enfermo ainda...temo que apenas te tenha dado uma vã esperança. O mundo é feio sabes...foge de ti próprio se puderes...foge de mim...foge...voa para longe...

Procurei refugio debaixo de tuas asas e encontrei-o...senti-me bem, protegida, sentida e viva. Sinto que vieste para mim e por mim...mostraste-me a beleza do raiar de um novo dia e o encanto do entardecer...fizeste-me feliz e nem isso eu te agradeci.

Mas parte...tuas asas sararam...ja podes voar...que aquele entardecer seja sempre teu...nosso...e olha-me...e recorda-me como eu te recordo a ti...em todo o teu esplendor.

19 novembro 2006

Alma minha (II)


Um dia disseram-me que tinha perdido a morada do coração, que já não sabia onde ele morava e se ele realmente algum dia existiu.

Ou será que que sou eu própria que duvido que algum dia tenha existido cá dentro?....já não sei...................................

Parece-me que tinhas razão meu amigo...ando mais perdida que uma formiguinha numa floresta imensa de árvores e arvoredo.

Não sei onde ando nem para onde vou. Passo pela vida ou a vida passa por mim? Não sei! Arrasto-me por estes dias...entretenho-me em actividades sem propósito nem aspiração, abafo-me e não me sinto. Faço os possíveis e impossíveis por perder a sua morada, por me esquecer que (ainda) mora cá dentro.

Só queria perceber-me....conhecer-me...tornar-me uma só....

De que me vale esta força se acabo sempre por fracassar.
Sabes, tenho a mania que sou muito forte, que aguento tudo...que nada me perturba ou alcança (qual icegirl), faço por parecer que nada me afecta e que sou superior a toda a merda que me rodeia e me acontece, mas nestes momentos de tertúlia interior, de constataçãõ de mim mesma, apoderam-se de mim e de uma so vez todos os medos, dúvidas, receios, mágoas, incertezas que me foram causadas...Mas sim sou forte...sabes que sim.

Antes partir que vergar...

Só agora me apercebi que o que escrevi pode não ter nexo algum....mas escrevo conforme as palavras e sentimentos me vêm ao coração....ahhhh afinal ele ainda existe....!!!!!

Mas continuo sem saber a sua morada meu amigo...está perdido algures no meu ser, na minha essência, nesta minha forma confusa de ser, neste turbilhão de sentimentos e nesta confusão de ideias que invade a minha mente todos os dias.

Mas como diz Mariza "é este o meu fado"........

17 novembro 2006

. . .


Even though there may be times
It seems I'm far away
Never wonder where I am
'Cause I am always by your side.

12 novembro 2006

Alma minha (I)


Ultimamente só me apetece escrever, escrever, escrever. Esvair minha alma em letras como se meu corpo se esvaí-se em sangue.
Atirar tudo cá para fora na esperança que eu própria me entenda ou que me faça entender. Tenho uma estranha forma de ser...por vezes sinto que nunca serei feliz...por vezes sinto que não preciso de ninguém para ser feliz. Esquisofrenia não diagnosticada?
Sinto-me só...por vezes carente e desprotegida e por outras fria e indiferente. Afinal qual de mim sou eu? Sei na pele o que é ter medo de me entregar, de me dar à vida, de confiar nas pessoas e em sentimentos, de viver em plenitude. Sei-o porque este mundo já me deixou para trás algumas vezes.
Condenem-me por ser assim mas não consigo ser diferente...não consigo ser indiferente a este medo, a esta necessidade de me proteger de tudo e de todos....até daqueles que de quem não precisisava. Este mundo é feio e vil, cravejado de pessoas feias e que simplesmente não valem a pena...
Por isso sinto, penso e desejo não fazer parte dessa escória, desse mundo imundo. Protejo-me num mundo só meu em que tento e esforço-me por ser feliz sozinha, por afastar sentimentos e emoções, por controlar ao máximo toda a minha vivência de modo a não deixar que me magoem (porque as pessoas não valem a pena o teu sofrimento)...mas também me isolo para não fazer mal a (mais) ninguém. Assim, tento proteger-me dos outros e proteger os outros de mim.
Sim porque também eu faço parte deste mundo feio e por isso sou tal como as pessoas que nele (co)abitam...feia e má...faço sofrer como aqueles que já me fizeram a mim...abandono como aqueles que me abandonaram a mim...também eu não valho a pena como aqueles que critico..
Por isso não sou mais que eles...faço também eu parte deste mundo que desprezo, que rejeito e que critico.
Afinal quem sou eu para condenar ou criticar alguém se eu própria sou a encarnação e a personificação de tudo o que critico?
Aiii porquê o meu ser de ser assim??????

10 novembro 2006

So porque sim


"Os Ventos que às vezes nos tiram algo que amamos,
são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar!
Por isso não devemos chorar o que nos foi tirado
e sim aprender a amar o que nos foi dado.
Não te esqueças que o que é realmente nosso, vai ser nosso para sempre!"

Calma aparente


Lua, minha Lua, quanto de ti despertado em mim...

Tranquila e bela irradias o fogo que acalma.
Tua luz e brilho num fundo negro, tornam-me cativa...
Fito teus contornos de liberdade...e quisera ser como tu...
Senhora de si e do seu brilho.

Lua, minha Lua, quanto de mim não é assim......

09 novembro 2006

Ha dias....

Há dias como este em que me sinto só, em que me sinto vazia, oca, em que não sei em que sentido rumar, em que não sei em quem confiar.

Há dias como este em que não me esqueço, em que não me consigo esquecer e ao mesmo tempo farto de me lembrar.

Recordações, momentos, sentimentos....

Há dia e dias...mas num dia como este, este não passa. Dura...dura...dura...Não lhe vejo o fim...

O raiar de um novo dia cansa-me, desespera-me por ser igual a tantos outros...e sinto a falta de tantos que passaram por mim...

Onde te meteste no meio tantos dias e tanta gente? Não fujas!

São apenas vultos, principes e princesas de um qualquer conto de fadas...

Ahh... e logo eu que não acredito em contos de fadas nem principes encantados...

Meu Fado Meu...

"Já perdoei erros imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei para proteger, já dei risadas quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, "quebrei a cara" muitas vezes.
Já chorei a ouvir música e a ver fotografias, já liguei só para ouvir uma voz, apaixonei-me por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e que acabei por perder).

Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida...

Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante..."

Charlie Chaplin


(desculpa Dudu mas roubei-te..;)...)

07 novembro 2006

The Gift - Facil de Entender















"Talvez por não saber falar de cor, imaginei
Talvez por saber
o que não será melhor, aproximei
Meu corpo é o teu corpo,
O desejo entregue a nós...sei lá eu o que queres dizer.
Despedir-me de ti, "Adeus, um dia, voltarei a ser feliz."
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir.
Se por falar, falei, pensei que se falasse era
fácil de entender.
Talvez por não saber falar de cor,
imaginei.
Triste é o virar de costas, o último adeus
Sabe Deus o que quero dizer.
Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim, olhar para mim...
Escutar quem sou
E se ao menos tudo fosse igual a ti...
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir.
Se porfalar, falei, pensei que se falasse
era fácil de entender.
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que ésentir.
Se por falar, falei, pensei que se falasse era
fácil de entender.
É o amor que chega ao fim. Um final assim,
assim é mais fácil de entender...
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir.
Se por falar, falei, pensei que se falasse é mais fácil de entender.
Eu já não sei se sei o que é sentir o teu amor não sei o que é sentir.
Se por falar, falei, pensei que se falasse era
fácil de entender."

02 novembro 2006

Visceral

Estará escrito nas estrelas
No seu brilho codificado
O futuro de mim?

Que te dizem?
Quem serei?
Que máscara usar nestes dias?

Estou cansada...
Os dias nascem todos os dias iguais

A falta de mim aqui dentro sufoca-me
Onde estou?
O que é feito de ti?
Pra onde foste?
Não te reconheço e estás dentro de mim
Dentro de mim....

Ad confessionem