18 julho 2006

No coraçao, na ponta da lingua


Gostava de conseguir escrever, de falar, de dizer tudo o que sinto, de aprender a confiar e a saber dar-me. Tudo e todos me são estranhos e não consigo deixar de me sentir como me sinto...estranha a mim própria, inexistente no meu interior, falsa com a minha essência. De repente, foge-me o chão debaixo dos pés, deixa de soprar a brisa, escurece o céu e o sol esconde-se....pergunto-me "porquê o meu ser de ser assim?" Deixo tudo para trás e tento, esforço-me por esquecer tudo o que foi, tudo o que fui...talvez assim não doa tanto aqui dentro quando me recordo. Pareço-te indiferente? Posso ter sido sempre assim e só agora teres reparado...ou, quem sabe, protejo-me... ti, de vós, de todos, destes fantasmas que não me deixam descansar e cerrar meus olhos à noite, que não me deixam sonhar com um fim de tarde, iluminado por um por do sol brilhante e com o teu reflexo naquele mar esplêndido. Sonhar foi sempre o meu refúgio neste quotidiano de rotinas e costumes...seguimos todos por uma linha que não quebra, uma linha que foi desenhada para nós e que temos que percorrer até ao fim. Pode ser que a meio do caminho encontres alguém cuja linha se entrelaçou com a tua e juntos percorram esse caminho...pode ser que um dia consigas juntar a tua linha à linha de alguém e formar um só carril....
Como eu gostava de conseguir escrever coisas bonitas...

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