Porque sou Coimbrense...
Porque adoro a cidade dos estudantes...
Porque acho que merece esta homenagem...
Porque adoro a cidade dos estudantes...
Porque acho que merece esta homenagem...
Sou Coimbrense e penso que nunca referi esse facto aqui na minha "casa". Nasci naquela bela, antiga, misteriosa e memorável cidade decorria o ano de 1981.
De pouco me lembro da "minha" cidade. Abandonei-a tinha ainda 4 anos, rumo ao Norte.
Mas lembro-me do pátio de lá de casa...de lá brincar com o meu irmão e de roubar laranjas à vizinha.
Lembro-me da ida ao mercado todos sábados, com a minha Mãe e o meu irmão, e de lhe pedirmos rebuçados na sr.ª dos doces....ironicamente apenas traziamos a fruta e os legumes.
Lembro-me de ir à farmácia do meu cunhado e ficar estupefacta com tantas caixas que lá existiam...pesava-me sempre naquela balança enorme (pelo menos para mim) que tinha à porta mas que nunca funcionava... Agora percebo que se calhar seria por não lhe por a moedinha necessária à função...
Lembro-me do barbeiro da rua do comércio...
E como me lembro do Portugal dos Pequenitos....ia lá quase todos os fins de semana...eu, o meu irmão e o meu sobrinho. Corríamos naquele pequeno mundo como se estivessemos tomados por uma loucura frenética. Tinhamos que entrar em todas as casas, experimentar todas as janelas, criar sonhos e telenovelas naquele mundo.
Corríamos, corríamos, corríamos.
No fim do dia um gelado ou um bolinho. Esperávamos a semana toda por aquele dia mágico...
Mais tarde voltei...mas já não era o mesmo...já não tinha o meu irmão, o meu sobrinho, aquela sabedoria infantil que nos impele a viver tudo ao máximo e a aproveitar tudo aquilo que aquele espaço nos podia proporcionar já não existia dentro de mim...senti-me triste.
De Coimbra lembro-me disto e de muito mais....lembro-me do cheiro...lembro de ter orgulho em dizer que era de Coimbra..."Ah! Da cidade dos doutores!" diziam...e eu ficava toda inchada..pensando que também eu seria um doutor...
Lembro-me do rio (ou da inexistência dele), lembro-me das tardes de brincadeira no Choupalinho e dos dias de seca na margem do Mondego quando o meu Pai resolvia ir pescar...
Da saída de Coimbra pouco me lembro...só de uns caixotes no chão da sala e de perguntar à minha Mãe para onde íamos. Ela respondeu "Vamos para outra casa filhota...uma mais bonita e maior!" Mas eu pedi alguma coisa? Gosto desta casa..É feia? Mas eu gosto... É pequena? Sempre coubemos todos.....
Na altura não percebi mas admito que não foi nada que me preocupasse....foi uma transição suave....
Voltar a Coimbra é voltar às minhas origens, é sentir que lhe pertenço. A cidade é velha, admito. Mas aí está a sua beleza e o seu mistério.
Coimbra é uma rainha que banha seus pés no leito do Mondego e que se torna inevitável e diariamente mais bonita.
(Esta foi a homenagem possível e sentida de uma Coimbrense afastada da sua terra natal ha 21 anos)
De pouco me lembro da "minha" cidade. Abandonei-a tinha ainda 4 anos, rumo ao Norte.
Mas lembro-me do pátio de lá de casa...de lá brincar com o meu irmão e de roubar laranjas à vizinha.
Lembro-me da ida ao mercado todos sábados, com a minha Mãe e o meu irmão, e de lhe pedirmos rebuçados na sr.ª dos doces....ironicamente apenas traziamos a fruta e os legumes.
Lembro-me de ir à farmácia do meu cunhado e ficar estupefacta com tantas caixas que lá existiam...pesava-me sempre naquela balança enorme (pelo menos para mim) que tinha à porta mas que nunca funcionava... Agora percebo que se calhar seria por não lhe por a moedinha necessária à função...
Lembro-me do barbeiro da rua do comércio...
E como me lembro do Portugal dos Pequenitos....ia lá quase todos os fins de semana...eu, o meu irmão e o meu sobrinho. Corríamos naquele pequeno mundo como se estivessemos tomados por uma loucura frenética. Tinhamos que entrar em todas as casas, experimentar todas as janelas, criar sonhos e telenovelas naquele mundo.
Corríamos, corríamos, corríamos.
No fim do dia um gelado ou um bolinho. Esperávamos a semana toda por aquele dia mágico...
Mais tarde voltei...mas já não era o mesmo...já não tinha o meu irmão, o meu sobrinho, aquela sabedoria infantil que nos impele a viver tudo ao máximo e a aproveitar tudo aquilo que aquele espaço nos podia proporcionar já não existia dentro de mim...senti-me triste.
De Coimbra lembro-me disto e de muito mais....lembro-me do cheiro...lembro de ter orgulho em dizer que era de Coimbra..."Ah! Da cidade dos doutores!" diziam...e eu ficava toda inchada..pensando que também eu seria um doutor...
Lembro-me do rio (ou da inexistência dele), lembro-me das tardes de brincadeira no Choupalinho e dos dias de seca na margem do Mondego quando o meu Pai resolvia ir pescar...
Da saída de Coimbra pouco me lembro...só de uns caixotes no chão da sala e de perguntar à minha Mãe para onde íamos. Ela respondeu "Vamos para outra casa filhota...uma mais bonita e maior!" Mas eu pedi alguma coisa? Gosto desta casa..É feia? Mas eu gosto... É pequena? Sempre coubemos todos.....
Na altura não percebi mas admito que não foi nada que me preocupasse....foi uma transição suave....
Voltar a Coimbra é voltar às minhas origens, é sentir que lhe pertenço. A cidade é velha, admito. Mas aí está a sua beleza e o seu mistério.
Coimbra é uma rainha que banha seus pés no leito do Mondego e que se torna inevitável e diariamente mais bonita.
(Esta foi a homenagem possível e sentida de uma Coimbrense afastada da sua terra natal ha 21 anos)