20 abril 2007

Fúria

"Fúria que nasce de mansinho na minha alma

...

Raiva que cresce devagar nas profundas entranhas

...

Tremor que invade o corpo lentamente

...

Queria gritar fortemente

Esbracejar firmemente

Avançar contra tudo... e destruir


Deitar abaixo tudo o que me rodeia

Ouvir o som das pedras, dos vidros

Partir, quebrar, golpear, reduzir ...


Acabar com a obra feita

Devolver ao chão as paredes altas

Estilhaçar, ver ruir ... destruir


Atirar todo o meu corpo para frente

Avançar com os braços abertos

Em carga ... gritar ... correr ... partir


Com os punhos fechados

Com os dentes cerrados

E numa fúria insana ... destruir


Como um pintor que rasga a tela

Um escultor que a estátua quebra

Esmagar a areia, furar os tijolos e ver cair


E depois sucumbir no meio dos escombros

Com as mãos sangrando

Chorar, chorar, chorar ... e rir"


Escrito por Lótus

em lotus1.blogs.sapo.pt

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